6 de julho de 2008

O Admirador e a Obra

Às vezes acho engraçado que não sinto saudades dele, mas sim de admirar seu rosto. Talvez o encanto do amor platônico seja este: admirar. Admirar sem jamais ter. Talvez o que faz este tipo de amor diferente seja ter a pessoa amada longe de suas mãos, tão longe que você jamais sequer poderá tocar. Apesar disso, a distância não incomoda, ela faz parte. Pois uma obra de arte é sempre admirada de longe, totalmente longe de suas mãos. E é isso o que a faz ser tão bonita para você, tão perfeita e especial. De longe você não vê seus defeitos e pequenas imperfeições, e ela parecer ser divina aos olhos. Talvez esta seja a mágica dele para mim, tê-lo distante e admirar seu rosto. Quando ele ri, quando está sério, quando parece triste, quando conversa com seus amigos, quando passa a borracha na prova depois de passar as respostas à caneta. Cada pequena coisa que ele faz é graciosa, e eu sou como a amante da arte que admira a obra. Eu o admiro em cada pequeno e simples detalhe... Sempre de longe.